Tag Archives: manuel alegre

APRESENTAÇÃO “PROVAS DE CONTACTO” NA FESTA DO AVANTE

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “PROVAS DE CONTACTO”

Depois do lançamento no Porto, o livro “Provas de Contacto” vai ser apresentado em Lisboa, dia 8 de Setembro, num dos maiores e mais emblemáticos eventos culturais do país, a Festa do Avante.

Festa do Livro, o pavilhão do Avante onde se encontram boas edições e música a bons preços, recebe o mais recente livro publicado pela CulturePrint, que reúne os testemunhos de figuras como Manuel Alegre, Alípio de Freitas, Francisco Duarte Mangas, João Pedro Mésseder, José Duarte, Regina Guimarães, Júlio Cardoso ou Manuel Freire e que está inserido no projecto Amigos Maiores que o Pensamento.

As apresentações são duas, sábado às 16h30 e às 23h30, e decorrerão logo após os concertos “Amigos Maiores que o Pensamento” do grupo Canto D’Aqui, ao mesmo tempo da sessão de autógrafos do seu último CD – “Tributo a Zeca Afonso”, no grande pavilhão da Festa do Livro muito próximo do Pavilhão e Palco Internacional, como podem ver no mapa (link para o Mapa).

8 Setembro 2012, SÁBADO

16h30 – AUDITÓRIO 1º DE MAIO

23h30 – PALCO SOLIDARIEDADE, ESPAÇO INTERNACIONAL –

com a participação de José Duarte (Jazzé) e Hélder Costa (Grupo de Teatro “A Barraca”)

após os concertos  Canto d’Aqui/Amigos Maiores que o Pensamento

 O Grupo Canto d’Aqui apresenta o disco “Tributo a Zeca Afonso”, seguida de uma sessão de autógrafos, com Miguel Oliveira e Filipe Cunha (maestro)

Advertisement
Com as etiquetas , , , , , , , , , , ,

“TROVA DO VENTO QUE PASSA”

 

Pergunto ao vento que passa

notícias do meu país

e o vento cala a desgraça

o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam

tanto sonho à flor das águas

e os rios não me sossegam

levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas

ai rios do meu país

minha pátria à flor das águas

para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas

pede notícias e diz

ao trevo de quatro folhas

que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa

por que vai de olhos no chão.

Silêncio — é tudo o que tem

quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos

direitos e ao céu voltados.

E a quem gosta de ter amos

vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada

ninguém diz nada de novo.

Vi minha pátria pregada

nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem

dos rios que vão pró mar

como quem ama a viagem

mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir

(minha pátria à flor das águas)

vi minha pátria florir

(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada

e fale pátria em teu nome.

Eu vi-te crucificada

nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada

só o silêncio persiste.

Vi minha pátria parada

à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo

se notícias vou pedindo

nas mãos vazias do povo

vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro

dos homens do meu país.

Peço notícias ao vento

e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia

dentro da própria desgraça

há sempre alguém que semeia

canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidão

há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

Com as etiquetas , ,